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Lucas Raulino supera desafios e inspira novos instrumentistas



Nos Núcleos de Educação Musical da Orquestra Contemporânea Brasileira (OCB), os professores trazem, em sua maioria, uma história de aprendizagem comum. Quase todos se desenvolveram em projetos sociais, o que possibilitou uma mudança de perspectiva nas suas histórias de vida. Cada um, obviamente, abraçou as oportunidades a seu modo, a exemplo de Lucas Raulino, cuja trajetória serve de inspiração para futuros profissionais da música.


Professor do Núcleo de Educação Musical de Varjota e Ibiapina e violinista da OCB, Lucas teve o primeiro contatos com a música aos 12 anos no município de Pacatuba, onde nasceu. Na época, ele foi incluído no Núcleo de Desenvolvimento de Arte e Cultura, gerido pela senhora Marluce Rodrigues, então presidente da Fundação de Turismo, Esporte e Cultura de Pacatuba. O desejo era aprender percussão, mas a impossibilidade de comparecer nos dias das aulas o levou ao encontro com o violino, um instrumento que até então só conhecia pela televisão.


O tempo ajudou a cultivar o “gosto” pelo novo instrumento e pelas aulas do professor Rélmerson Lima. “Lembro que perguntei como era o mercado de música e ele me contou das várias possibilidades. Meus olhos brilharam e decidi que queria estudar violino para me tornar profissional”, conta Lucas. De estudante, logo se tornou monitor do projeto e a bolsa que passou a receber o ajudou a dar mais um pequeno salto: o dinheiro permitia a compra das passagens para Fortaleza, onde tinha aula com grandes professores como Joselito Carvalho e Marco Antônio, ex-integrantes da Orquestra de Câmara Eleazar de Carvalho.


Para Lucas, a expansão dos Núcleos de Educação Musical em vários municípios, através da atuação do maestro Arley França, é fruto de uma incansável busca por mudança no atual cenário musical cearense. “A criação desses espaços é a prova de que o ensino da música no Estado pode se transformar e se consolidar enquanto sistema. Tenho estudantes muito empolgados que já perguntam quando terão uma apresentação ou quando poderão ver uma orquestra profissional de perto”, reflete.


A empolgação que o professor enxerga nos seus alunos é a mesma que o fez alçar grandes voos. Em 2011, ele foi selecionado em um projeto custeado pela Casa Civil do Governo do Estado, através de convênio com o governo francês, que forneceu uma bolsa de estudos para permanecer durante um ano letivo nos alpes franceses. Foram 10 meses de estudos, sob frio intenso, em que o jovem aprendeu a superar desafios como o idioma e os hábitos distintos para seguir sua carreira. Pouco depois de retornar ao Ceará, Lucas decidiu expandir seus conhecimentos em outra grande cidade, São Paulo, onde foi aprovado em 2015 no curso de Música da Universidade de São Paulo (USP).


Um pouco antes, ele se reencontra com os projetos sociais. “Eu queria ter um diploma de bacharel. Em 2013, cheguei na capital paulista e comecei a trabalhar em um projeto social chamado Fábricas de Cultura, no qual eu ministrava aulas para 30 crianças e adolescentes de 8 a 18 anos de idade, onde permaneci por um ano”. O período universitário também foi marcado pelo desenvolvimento da sua atuação artística. Logo que entrou na faculdade, ele passou em um teste para a orquestra do Departamento de Música da instituição. “Foi o meu trabalho nos dois primeiros anos. Depois disso, fiz teste para a Orquestra Experimental de Repertório do Theatro Municipal de São Paulo, na qual trabalhei de 2016 até 2021”, lembra o profissional.


Hoje, Lucas Raulino divide seu talento com crianças e adolescentes do interior do Ceará, contribuindo para abrir caminhos que podem mudar histórias. “Eu gosto de trabalhar e ver nos alunos a vontade de crescer como pessoa, como instrumentista”, finaliza.

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